Páginas

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Para crianças

Sítio do Pica-Pau-Amarelo, 1977
Está cada vez mais difícil manter uma criança em frente à TV: a internet e os jogos eletrônicos roubaram o lugar que antes pertencia à televisão na vida e no imaginário dos pequeninos. Em outras épocas a programação infantil ocupava lugar de destaque nas grandes emissoras do país. Em 1955 foi ao ar a primeira atração do tipo no Brasil. O Clube do Guri, importado do rádio pela extinta TV Tupi, era uma espécie de show de calouros para crianças, e durou 21 anos. Depois, durante as décadas de 60 e 70, foi a vez da Rede Globo “fazer a cabeça” da criançada, com programas como Capitão Furacão, Vila Sésamo, e o Sítio do Pica-Pau-Amarelo. Este último pode ser considerado uma obra-prima do gênero, teve três versões produzidas, a primeira, ainda na TV Tupi, foi ao ar de 1951 a 1963, as demais foram feitas pela Globo, uma entre 1976 e 1986, e outra com inicio em 2000.
Castelo Rá-Tim-Bum
Durante os anos 80 a emissora da família Marinho se manteve como preferência infantil nacional (com a turma do Balão Mágico e o Xou da Xuxa), mas teve que competir com fortes concorrentes de outros canais, como o Bozo e o Show Maravilha, ambos do SBT. A década de 90 foi marcada pela presença das apresentadoras louras, que se juntaram a “Rainha dos Baixinhos” (Xuxa) no comando de programas que misturavam exibições de desenhos animados, apresentações musicais e brincadeiras com a platéia. Eliana e seus “dedinhos” fizeram grande sucesso, primeiro no SBT e depois na Rede Record, e Angélica surgiu como a grande aposta para suceder a Xuxa na Globo. Mas nem só de rostinhos bonitos viveu a programação infantil dessa época, não podemos esquecer a TV Colosso (apresentada por marionetes caninas), e muito menos as grandes produções educativas da TV Cultura, Castelo Rá-Tim-Bum, Cocoricó e No Mundo da Lua, que são até hoje exemplos de como aliar diversão a um conteúdo enriquecedor.
Peixonauta
Aos poucos as grandes empresas do ramo televisivo perderam o interesse por produtos do tipo, graças à dificuldade de patrocínio e a concorrência com os novos meios digitais. O que presenciamos hoje em dia é uma total falta de criatividade e empenho nas produções mirins, entupidas de animações estrangeiras e sorteios de brinquedos. Porém, ainda resta uma luz no fim do túnel. Os canais por assinatura vêm apostando cada vez mais em desenhos animados brasileiros, como Meu Amigãozão e Peixonauta, por exemplo. Já o anuncio da criação de um canal infantil pela Globosat (Gloob) promete dar uma renovada nesse gênero tão importante para a televisão brasileira.

Um comentário:

  1. Atesto a qualidade de 'Meu Amigãozão', já que tenho que ver ele praticamente todo dia. Pra mim, é o único desenho da Discovery Kids que ainda merece ser assistido pelos mais altinhos.

    ResponderExcluir