por Stamberg Júnior
A polêmica que gira em torno do veterano diretor não atenua seu legado: Polanski é um dos mais admirados cineastas da atualidade. Roman recebeu, na última terça-feira (27), uma homenagem pelo conjunto de sua obra no Festival de Cinema de Zurique. Ele, que já havia ganhado o prêmio por tal mérito uma semana antes, esteve de volta à Suíça após dois anos da sua prisão neste país. O prêmio havia sido retido em 2009, sendo postergado somente agora, devido à detenção do diretor por seu suposto envolvimento em um abuso sexual ocorrido em 1977 nos Estados Unidos.
De talento e singularidade inconfundíveis, Roman Polanski, 78 anos, teve uma vida turbulenta, trágica e um tanto atribulada. Na infância perdeu a mãe em um campo de concentração à época do Holocausto. Em 1969, sua mulher, a atriz Sharon Tate, que estava grávida de nove meses, foi brutalmente assassinada por um conjunto de seguidores de uma seita americana. O grupo acusou o casal de “bruxos” e “adoradores do Satã”, graças ao longa “O Bebê de Rosemary” (1969), que além de outros temas, tratou a questão do satanismo. Oito anos mais tarde, o diretor franco-polonês foi acusado de estuprar uma menina de 13 anos de idade. O cineasta foi extraditado dos Estados Unidos, e é proibido de entrar no país.
Muito se tem discutido sobre a dicotomia entre a vida e a ideologia de um artista versus a sua obra e seu legado (o cineasta Lars von Trier é um outro exemplo ligado a esse debate, graças às suas recentes declarações que mostravam simpatia com o nazismo). Contudo, não se pode negar a genialidade de cada expressão artística em seu contexto histórico. Certamente, muito da trajetória de Polanski faz-se presente de forma sutil (ou não) em suas produções cinematográficas. Isso fica claro em filmes como “O Pianista” (2002) e “O Escritor Fantasma” (2010). O prêmio recebido nessa semana, entra para uma coleção de muitos: César de Melhor Diretor em “O Escritor Fantasma” (2010); Oscar de Melhor Diretor em “O Pianista” (2002); César de Melhor Filme e Melhor Diretor, por "Tess" (1979); Prêmio Bodil de Melhor Filme Americano, por "Chinatown" (1974), entre outros.
Ainda este ano, Polanski lançará seu trigésimo longa: Carnage (Deus da Carnficina, título em português). O filme, do gênero comédia, tem sua estreia prevista para o final de dezembro, e contará com atores renomados, como: Jodie Foster, Kate Winslet, Christoph Waltz e John C. Reilly.
Sinceramente, achei resumido demais o texto.
ResponderExcluir1) a mulher de Polanski foi morta por Charles Manson e seus seguidores por engano, como foi mostrado no especial do Globonews sobre o diretor essa semana. Eles atacaram uma série de mansões em Hollywood no meio da noite, e por engano entraram na mansão de Polanski (enquanto ele estava na Europa) e mataram sua mulher (grávida de oito meses e meio, ou já teria parido, não?), entre outras pessoas que lá estavam. Depois disso escreveram com sangue nas paredes 'Porcos' ou coisa assim (ainda de acordo com a matéria), até porque seria no mínimo contraditório os seguidores de Charles Manson chamarem outras pessoas de 'adoradores de Satã'. Sem falar que eles não sabiam que aquela era a mansão de Polanski.
2) prefiro não discorrer sobre isso, mas simplificar as declarações de Lars von Trier em 'simpáticas ao nazismo' é, como eu disse, resumir demais as coisas.
3) Por que a trajetória de vida de Polanski fica clara em 'O Pianista' e 'O Escritor Fantasma'? (achei que não ficou totalmente claro)
4) e a participação do próprio Polanski como ator em vários de seus filmes, como 'Chinatown' e 'Dança dos Vampiros'?
Só pra acrescentar, Manson dizia que era o demônio/diabo em pessoa, e que fazia o serviço do diabo, e nenhum dos seguidores dele que participaram dos assassinatos conhecia Sharon Tate ou qualquer outra pessoa que foi morta na mansão.
ResponderExcluirMário, obrigado pela sua participação em nosso blog, isso é muito importante para nós!
ResponderExcluir1)Bom, como informa o título do post, o objetivo principal dessa matéria é divulgar a informação de que Polanski recebeu um prêmio pelo conjunto de sua obra. As demais informações seriam apenas para complementar a informação básica e situar o leitor sobre quem é e como foi a vida do cineasta, por isso o "resumido demais". Não tivemos acesso ao documentário citado, mas agradecemos seu informe e ficaremos mais atentos da próxima vez. Este é um blog EM CONSTRUÇÃO, aqui não há profissionais ou críticos formados, por isso estamos abertos a iniciativas como a sua, a fim de que possamos sempre nos retificar.
2) Lars Von Trier é um exemplo de cineasta que também tem uma carreira atribulada. Citamo-lo só para deixar o leitor mais habituado a respeito da dicotomia entre obra X vida. Suas recentes declarações foi muito comentada na grande mídia, e como sabemos, o diretor já é considerado persona non grata na França. Como foi citado apenas para exemplificar, Se entrássemos a fundo neste tema, poderíamos fugir do assunto, e este não era o objetivo.
3) Por ser contemporâneo da 2ª grande guerra, Polanski passou por muitas dificuldades em sua vida. De familia judia, o cineasta viu de perto, como foi sobreviver em meio ao nazismo na infância. Muito disso foi retratado no filme "O pianista". Em "O Escritor Fantasma" vemos como o diretor coloca sua visão sobre os EUA, país onde ele foi extraditado e proibido de entrar.
4) Como já dissemos, o objetivo era apenas divulgar a informação principal. Portanto, alguma informações sobre a vida do autor não puderam ser colocadas, não por omissão, mas por resistência de fuga do tema.
Para você e para todos os leitores desse post, deixamos os nossos agradecimentos pelas críticas e sugestões.
Polanski sem dúvida é um dos maiores nomes da "Nova Hollywood" ou "Era dos Diretores", apesar de não estar envolvido em todo o processo, já que, por questões que o texto abordou, ele teve de sair dos EUA e retornar à Europa. E é de se lamentar até hoje a forma banal como a sua esposa, a belíssima Sharon Tate, veio a falecer.
ResponderExcluirSobre o próximo filme: Carnage. Cheguei a ver um teaser trailer e pelo visto parece ser engraçado. E vem sendo bem recebido pela crítica.