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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Dando um “tempo” para o “politicamente incorreto”

por Daniel Medeiros

Na última segunda-feira o apresentador Rafinha Bastos não esteve presente na bancada do CQC, devido a uma decisão tomada pela cúpula da TV Bandeirantes no Domingo. O afastamento teve como principal causa as piadas ofensivas ditas pelo humorista enquanto o programa estava no ar. A gota d’água aconteceu quando Rafinha acrescentou a um comentário de Marcelo Tas a seguinte frase: “comeria ela e o bebê. Eu não tô nem aí”, em referência à cantora Wanessa (ex-camargo), grávida de sete meses.
A “brincadeira” teve grande repercussão, rendendo, inclusive, uma nota de um dos companheiros de bancada do comediante, Marco Luque.
“Sobre a piada feita pelo Rafinha Bastos, no programa 'CQC' que foi ao ar no dia 19 de setembro, eu, como pai, entendo e apoio a revolta e a indignação do Marcus Buaiz, um homem que conheço e respeito. Se fizessem uma piada com este contexto sobre a minha família, certamente ficaria ofendido. Com certeza uma piada idiota e de muito mau gosto.”
Não é de hoje que o apresentador causa desconforto com suas declarações. Defensor convicto do “humor sem limites”, já esteve envolvido em casos ainda piores, em um recente show de stand up, ele soltou o seguinte:
“Toda mulher que eu vejo na rua reclamando que foi estuprada é feia... Tá reclamando do quê? Deveria dar graças a Deus. Isso pra você não foi um crime, e sim uma oportunidade. Homem que fez isso não merece cadeia, merece um abraço.”
Foi aberto um inquérito policial contra o humorista, mas a direção do programa em que o mesmo trabalho nada fez, mostrando que esse tipo de piada só gera punições de fato quando o atingido possui algum poder. A desculpa utilizada é de que o episódio citado não aconteceu no CQC, porém, como apresentador da atração, tudo o que ele diz repercute, de uma forma ou de outra, na imagem do programa perante o público.
A mídia agora promove uma verdadeira caçada, não deixam escapar nenhuma chance de metralhar o sujeito. Porém, mesmo com tantas criticas, de todos os lados, o Sr. Bastos parece não ter se arrependido de suas atitudes, prova disso é o vídeo publicado por ele na segunda-feira, ironizando sua punição. Uma pesquisa feita pelo site Folha.com, mostra que 52% dos internautas aprovam esse afastamento. Prova de que a influência de Rafinha Bastos no twitter (noticiada pelo The New York Times), não é suficiente para promover a aceitação desse humor “politicamente incorreto” tão propagado e defendido por ele.



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