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terça-feira, 1 de novembro de 2011

Semana da cultura Afro-Lusófona: Roupas coloridas, Moças coloridas, Ruas coloridas

Por Amanda Melo


Na nossa Semana da Cultura Afro-Lusófona, a capulana será meu alvo. A capulana é o nome que se dá , em Moçambique, a um pano de algodão, fibra sintética ou seda que as mulheres usam para cingir o corpo, podendo assumir várias formas: às vezes pode ser uma saia, noutras cobre a cabeça e, ainda, pode servir para cobrir todo o corpo. A vestimenta surge, pela primeira vez, na África oriental em meados do século XIX, quando as mulheres começaram a comprar tecidos coloridos trazidos pelos mercadores portugueses.


“Normalmente de cores vivas, com motivos africanos, formas antropomórficas, zoomórficas ou abstratas e padrões geométricos variáveis”, afirma a empreendedora Suzette Honwana.
Entretanto, o que nos chama a atenção é a importância cultural que a capulana tem não só para as mulheres, mas para toda a sociedade africana. A peça é descrita como a riqueza da mulher moçambicana, sua companheira inseparável, que está presente em todas as fases de sua vida.

Em Maputo, Gaza e Inhambane, províncias do Sul de Moçambique, a capulana não é apenas uma indumentária, é sinônimo de respeito para com a mulher e por esse fato é usada em todas as ocasiões (cerimônias fúnebres, casamentos, eventos familiares e culturais). Já no centro ou no norte do país, a peça tem um valor importante para a beleza da mulher. A capulana é responsável por lhes conferir essa beleza.

Versátil. Dentre tantas características da capulana, a que mais nos chama a atenção é sua versatilidade. Pode ser usada em casa ou na rua e é peça essencial em cerimônias culturais importantes da sociedade moçambicana, como rituais de iniciação, em que a mulher aprende a carregar os bebês (em que se usa uma capulana especial denominada ntehe) e em outras ocasiões já citadas anteriormente. Pode ser usado tanto por homens quanto por mulheres, mas é nessa que a vestimenta ganha destaque.
Com suas cores, a capulana ajuda a rememorar acontecimentos do passado e a passá-los de geração em geração. Toda mulher ensina a sua filha o valor e importância social que a capulana tem; é a riqueza da mulher, que consegue transportar as heranças culturais moçambicanas. “Um grande músico da nossa praça, muito bem diz na sua música: ‘Se é uma mulher nunca deixe a capulana em casa”. (www.maning.co.mz).


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